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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Matéria Com Danieli na Revista Sentidos !

Danieli Haloten é um exemplo de que vale a pena seguir atrás de um sonho, seja qual for a deficiência
Por Priscila Sampaio e Isabelle Lindote








É senso comum que deficientes são dependentes para fazer suas atividades diárias e, por isso, nem sequer trabalham. Mas não é isso que as próprias pessoas com deficiência visual têm demonstrado no mercado de trabalho. Ricardo Tadeu da Fonseca é o primeiro cego brasileiro a se tornar juiz, ao conseguir o cargo de desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Paraná. Já Danieli Haloten, de 29 anos, conquistou um papel na novela "Caras & Bocas", da Rede Globo, e é a primeira atriz cega a atuar na teledramaturgia.




Para conseguir o personagem Anita, Danieli mandou um e-mail para o autor da novela, Walcyr Carrasco, pedindo uma chance. Parece que estava realmente no destino dela atuar na televisão, pois Carrasco tinha acabado de definir que em sua nova obra haveria um deficiente visual. "Por algum motivo que só o Criador conhece, essa atriz tinha que ser eu. E aceito essa responsabilidade com orgulho", conta ela. Formada em artes cênicas e jornalismo, Danieli sempre batalhou para conseguir seu espaço e está feliz em ter conquistado um papel tão importante, que tem emocionado muitas pessoas e proporcionado a reflexão nacional sobre a conduta que se deve ter em relação às pessoas cegas. "A melhor coisa que a Anita me proporcionou foi o reconhecimento do meu trabalho, algo que sempre busquei."




Danieli nasceu com glaucoma, doença que altera a pressão do globo ocular e causa dano ao nervo óptico com o tempo. Durante uma cirurgia malsucedida, ela perdeu a visão do olho esquerdo aos 10 anos e a perda total foi aos 17. Por isso, a atriz explica que em cada momento da sua vida foi reaprendendo as atividades do cotidiano, como comer, estudar e se locomover pela cidade. "Aprendi a andar de bengala e a usar um cão-guia. À medida que a modernidade foi me apresentando facilidades, eu tinha mais coisas para aprender, como usar os leitores de tela para computador e celular, por exemplo". Mesmo com a independência, os deficientes visuais encontram dificuldades de andar pelas cidades por diversos motivos.




Danieli, quando passou a morar no Rio de Janeiro, sentiu isso na pele. "Uma das coisas que estranhei é que a maioria das ruas do bairro onde moro não tem sinalização. Em Curitiba e São Paulo, eu ando sozinha por toda a cidade."




Mas ela comenta que é difícil comparar os locais, já que passou quase toda sua vida na capital paranaense e está há pouco tempo na Cidade Maravilhosa. A rotina da atriz não é nada fácil. "Quando não estou gravando, procuro fazer aulas de interpretação, consciência corporal e estudar os textos das gravações. Ainda agora que Anita tem crescido mais e mais". A personagem tem se destacado na novela por causa da sua relação amorosa com Anselmo, papel de Wagner Santisteban. Para ele, que aos 26 anos já tem 21 de carreira, está sendo um amadurecimento pessoal e profissional atuar junto a Danieli. "O personagem se desenvolveu muito com essa relação e acredito que mexe com o público de tal maneira que é difícil de explicar".




O ator diz que esse trabalho é diferente dos demais, pelo aspecto da preocupação. "Antes eu pensava e me preparava somente para o meu personagem. Agora, com a Dani, passo a me preocupar com ela também, a ajudo e respeito seus limites."Com a convivência, Wagner aprendeu a lidar com a atriz de forma natural. Ele orienta a posição correta diante da câmera e utiliza técnicas para uma melhor interpretação, sempre ajudando a amiga. "Para ela me reconhecer e saber do meu estado de humor, o tom de voz é fundamental, mas não o único. O toque é o grande diferencial. Na cena da noite de núpcias, os carinhos feitos nela acabam aguçando os sentimentos, que é transmitido para o telespectador. Isso para mim é uma aula diária de atuação."




Os atores têm demonstrado uma relação de ajuda mútua, pois cada um descobre o mundo do outro. Enquanto ele explica como são os lugares para ela (tanto na vida real quanto na novela), Danieli ensina a aflorar seu tato, olfato e audição. Wagner acredita que ajudar o próximo é um ato de amor. "A deficiência da Dani parece dar mais força para ela ser determinada, esforçada, e conviver com essa pessoa me incentiva e aprendo a viver melhor."




Cegos no Brasil



De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 2,5 milhões de pessoas têm visão comprometida ou são cegas no País. Destes, 40% afirmam trabalhar ou ter algum tipo de ocupação, segundo dados do Censo de 2000, o mais atual. Entre os deficientes visuais que trabalham, está Márcio Roberto Coelho, de 41anos, programador do sistema Java da empresa indiana Tata desde janeiro de 2009. Ele conta que a chegada ao ambiente de trabalho foi bem positiva.







"Cheguei a esse emprego através de anúncio. E com a parceria entre a Tata, a prefeitura de Barueri e o Instituto Aprender e Trabalhar, pude fazer o curso de especialização em programação e conquistar a vaga. Antes de começar na minha função, foi feita uma campanha de conscientização sobre a inclusão social de deficientes. Possuo uma ótima relação com meus colegas de trabalho, que são cordiais, sempre dispostos a me ajudar. Resumo todo esse tratamento que recebo em solidariedade."



Coelho trabalha com informática desde 1994 e atualmente utiliza o leitor de tela, que descreve os códigos e as informações que são exibidos. Ele comenta que o Brasil ainda tem um atraso em determinadas acessibilidades. A Organização Nacional de Cegos da Espanha oferece um serviço gratuito de audiodescrição de filmes, que são convertidos em arquivo MP3 e distribuídos entre os associados. "Eu tenho mais de 300 filmes nessa versão e todos possuem alta qualidade, enquanto no nosso país a audiodescrição é feita de forma amadora."




Cão-Guia: Uma Conquista



No Brasil contamos somente com 60 cães-guias, e um dos motivos por só haver esse pequeno número é a falta de instituições que possam treinar o cachorro. Mas a partir dessa necessidade, a advogada Thays Martinez, cega desde os 4 anos, fundou em 2002 o Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social (IRIS), que importa dos Estados Unidos cães da raça goldem retrivier e labrador para treiná-los e serem capazes de guiar deficientes visuais. O treinamento é gratuito e o cão-guia é doado.




Thays recebeu Bóris, seu primeiro cão-guia, em 1990 que se tornou uma companhia tão segura que a motivou a sair da casa dos pais e morar sozinha, além de trocar de emprego e ter uma vida mais independente. A amizade entre Thays e Bóris é tão forte que a fez processar a Companhia de Metrô de São Paulo por barrar seu companheiro na entrada da estação na cidade paulista. A ação judicial resultou em 2006, acatando a lei estadual que permite a entrada ilimitada desse tipo de animal em qualquer estabelecimento de uso coletivo. Brasília já tinha sancionado a lei que permitia a entrada do cão-guia em qualquer estabelecimento público ou privado, desde 2002.









Modernidade em Prol dos Deficientes Visuais



BrainPort é um dispositivo capaz de transmitir informações visuais. O aparelho é uma câmera instalada em um óculos que capta as imagens e manda para o cérebro através de terminações nervosas da língua e descreve aquilo que está sendo filmado que se transforma em imagens, as quais são formadas no cérebro e não nos olhos, e por isso a possibilidade de "enxergar". Essa tecnologia está sendo desenvolvida pela empresa americana América Latina da Wicab.



O dispositivo será submetido à aprovação do Food and Drug Administration (FDA), departamento americano responsável por conceder permissão de venda de alimento e medicamentos. E os brasileiros também estão apresentando novidades. Em Belo Horizonte, Minas Gerais, está sendo desenvolvida uma "bengala eletrônica" que, presa ao corpo, emite alerta de sons ao detectar obstáculos. O oftalmologista Leonardo César Gontijo, criador do aparelho, diz que vai desenvolver um sensor voltado para o chão, capaz de identificar buracos. O aparelho ainda está sendo testado em voluntários.

Fonte : Revista Sentidos

2 comentários:

Edrísia disse...

Linda matériaaaaaaaaa!amei amei amei!Ai que droga que a Dani não pode ver o quanto ta linda nestas fotos.Ela arrasa,tomara que a convidem pra fazer mais ensaios fotograficos!
Parabésn Mari por esse carinho e cuidado que vc tem com o FC!

Anônimo disse...

Amei a matéria Mari!!!
Ficou linda!!!!!!!!!!!
Dani, onde quer q vc caminhe, ñ desista de seus sonhos!!!!!!!!!!

BEIJÂOOOOOOOOOOOOOOOO